Tornou-se difícil para eu abordar assuntos que se originem de críticas à Federação Cearense de Futebol, não porque dela eu seja o Ouvidor Geral, mas pela descrença generalizada das pessoas, sobretudo quando o pano de fundo é política e futebol. Entende a grande maioria que o partidarismo é uma mácula e daquelas que ninguém consegue livrar-se. E o pior, as pessoas tomam isso como verdade absoluta. Embora pisando em terreno sempre minado, não me furtarei de tecer alguns comentários sobre a atual Taça Fares Lopes, que já foi Copa Unimed Fortaleza, para desprazer de muitos cronistas esportivos.
Nossa imprensa não é muito chegada a esclarecer, tendo até mesmo aqueles que, cinicamente, admitem que prefiram confundir. E o fazem a pretexto de que esclarecer não lhes dá tanta audiência quanto confundir e polemizar. Portanto, dessa turma não podemos esperar que discutam com seriedade os temas relevantes do futebol cearense, preocupados que estão com a espetacularização do que é e do que não é notícia. Para estes, comunicação social é o resultado das pesquisas do Ibope.
Independente de qualquer questão judicial que possa ter ajudado a viabilizar mais uma competição para alguns dos clubes (talvez times fosse a designação mais adequada) de futebol profissional do estado do Ceará no segundo semestre de cada temporada, o fato é que as precondições reivindicatórias já existiam. Portanto, todo um processo de sensibilização no meio futebolístico era uma condição preexistente. Logo, dizer-se que a criação de mais essa competição por parte da FCF foi uma imposição de quem quer que seja, constitui, quando muito, uma meia verdade. Essa, pois, é uma conquista que deve ser dividida com todas as entidades, pressuposto que não exclui a Federação.
Enquanto a imprensa mantiver a atitude pretensamente política de transferir a responsabilidade pela má gestão dos clubes cearenses para a Federação que os representa, mais tempo levará para que os dirigentes desses arremedos de clubes tomem consciência do mal que fazem para os clubes ou times que dirigem.
Há que se ter cuidado, pois percebemos claramente que hoje subsiste ao lado da comunicação um espectro de contrainformação e desinformação, que contradiz e tenta desacreditar o que é verdadeiramente informação.
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